Todos preparam-se para a sua respectiva parte no plano. O
pai vai ter com eles para os distrair e diz-lhes que viu o barco a partir com a
Mona Lisa lá dentro. Eles seguem-no e os outros ganham tempo para chamar a
polícia. Quando chegam lá e o barco está no mesmo sítio começam todos a
desconfiar dele e aumentam ainda mais os seus pensamentos de os matar.
- Por que não aproveitamos para fugir? A costa está livre –
diz o Cristiano.
- É melhor não. O pai ainda cá está e não conseguiria fugir
e, quando descobrissem que tudo isto tinha sido obra dele, matavam-no logo sem
pensar em mais nada. O melhor é que ficarmos aqui e esperarmos a polícia
intervir. Espero que tudo corra bem – diz-lhe a mãe.
- Está bem, vamos então esperar para ver o que acontece –
responde.
Pouco tempo depois voltam do cais e ouve-se:
- Não percebo qual foi a tua ideia – e o líder olha para
dentro do barracão – mas não me parece que tenha dado em nada. Acabou-se o
tempo. Alguma ideia? Ou morrem todos?
Todos engolem em seco a ver se conseguem pensar em alguma
coisa para fazerem o tempo passar até a polícia chegar. Nada, não lhes passa
nada pela ideia. Então levam-nos para perto de uma ribanceira ali ao pé com
dois guardas armados a segui-los.
- Vamos fingir que foi um acidente. Caíram, coitados, foi
azar… - diz o líder, esboçando um sorriso malvado.
Levam-nos cada vez mais para perto da ribanceira. A vida
deles depende da chegada da polícia, tudo depende disso. Praticamente no limite
da ribanceira o líder pergunta:
- Algumas palavras finais?
- Olhem a polícia! – diz o pai, ao mesmo tempo que dá um pontapé
a cada um dos guardas mal eles se viram para averiguar. Deixam cair as
pistolas, que são apanhadas pelo pai. O líder tira a dele e os seus capangas
também. Agora estão em igualdade de circunstâncias, até que o líder pega no
Cristiano e aponta-lhe a arma à cabeça.
- Larga já a arma ou eu disparo – diz-lhe.
- Calma, pronto – e põe as pistolas no chão – agora solta-o.
- Atira-as para aqui, com os pés. Apanhem-nas.
- Agora larga-o – diz o pai.
- Achas mesmo que vou largá-lo? És tão ingénuo. Só o largo quando
vocês se mandarem lá para baixo e depois vai ele.
- Pára, estás a aleijar-me – diz o Cristiano.
Entretanto ouve-se uma sirene. Sim, é a polícia a chegar ao
local.
- Todos com as armas no chão – diz um deles.
- Fiquem quietos senão disparo – diz o líder com a arma
apontada ao miúdo.
- Está cercado, não pode fazer nada. Renda-se.
- Então foi para isto que nos levaste ao barco, devia ter
desconfiado. Mas já é tarde demais. Agora o miúdo morre como castigo pelas
vossas acções. – e leva-o para perto da ribanceira – Fazem alguma coisa e ele
cai, a escolha é vossa. Ponham as armas no chão. Já! – fazendo um jeito como
que se não o fizessem atirava o miúdo lá para baixo.
- Largue o miúdo, é o melhor para si. Renda-se e talvez lhe
diminuamos a pena.
- Nada me vai fazer render, – diz ele – nada.
O Cristiano, num último esforço, apesar de muito cansado,
leva-o o pé à frente, ajusta o ângulo e depois com toda a força contra aquela
zona entre as pernas, fazendo com que o homem o largue e depois mete-o no chão
e pisa-a.
- Isto é para aprenderes – diz ele – agora já sabes o que
sofremos.
O homem fica a queixar-se no chão, com a mão ali, como que
se lhe pudesse dar algum conforto. Os polícias pegam nele e metem-no dentro dos
carros, junto com os comparsas dele, e levam-nos para a esquadra.
- Até que enfim que tudo acabou, e bem para toda a gente.
Pelo menos para quem merece – diz o Cristiano, piscando o olho e olhando para o
carro a ir-se embora.
- Bem, vamos para casa. O dia de hoje foi muito estafante –
diz o pai.
- Sim, também acho – diz a mãe.
- Grande aventura – sussurra a Paula ao ouvido do Cristiano,
um bocado tímida e dá-lhe um beijo na boca.
- Vamos deixar os pombinhos sossegados – diz o pai à mãe
baixinho, piscando o olho.
- Depois vão ter connosco a casa – dizem os pais a ambos.
- Está bem – responde o Cristiano.
E ficam ali os dois a beijarem-se, naquele dia de sol.
Parece tudo ter corrido bem. O quadro da Mona Lisa foi levado ao museu, os
criminosos presos e condenados a 20 anos de prisão e os dois jovens acabam
juntos. Mas os pais do Cristiano, o que lhes terá acontecido por terem ajudado
a quadrilha?
(Espero que tenham gostado. Em breve irei elaborar mais histórias e postar sobre outros assuntos. Fiquem atentos.)
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